Shiori Teshirogi: Japan Expo 2016 (Canal La Chaîne Mangas)
Entre os dias 7 e 10 do mês de julho de 2016, Shiori Teshirogi, co-autora do mangá “Saint Seiya The Lost Canvas Meio Shinwa” esteve no evento francês “Japan Expo 2016”, onde contou várias coisas enquanto desenhava ao vivo. Nesta ocasão, também estava presente Chimaki Kuori, co-autora de “Saint Seiya Saintia Sho”. Apenas em 09 de agosto de 2017, o canal francês do Youtube, La Chaîne Mangas, trouxe uma curta entrevista com Teshirogi realizada no evento em questão. Aqui trago a tradução em texto do breve conteúdo do vídeo:
Confira aqui o vídeo publicado em 09 de agosto de 2017.
No último ano, nós celebramos 10 anos da série The Lost Canvas, que revelou uma jovem e talentosa mangaka: Shiori Teshirogi!
Após 10 anos da obra de trabalho com uma franquia de Saint Seiya, a mangaka embarca em uma nova aventura com a DC Comics. Ela lembra para nós os destaques das aventuras de The Lost Canvas que mudaram sua vida e enriqueceram o universo de Saint Seiya.
Teshirogi: Falando sobre memórias, eu estava realmente neste período da minha juventude quando fiz o meu melhor pelo meu trabalho. Eu não acho que estava fazendo as coisas de maneira pensativa ou econômica.
Eu estava na perspectiva de que seria publicado em uma revista semanal – isto é, com um público bastante amplo. Eu disse a mim mesma que realmente precisava fazer tudo para atender às expectativas dos leitores e não poupei absolutamente nenhum esforço. Poderia haver momentos difíceis e dolorosos. Até me aconteceu de chorar, às vezes. Mas talvez seja o período da juventude quando pensamos que o tempo é realmente curto, concentrado, que realmente vivemos uma só vez. Eu tive a oportunidade de trabalhar com desenhistas de prestígio. Eu pude compartilhar momentos difíceis com os assistentes, com as pessoas que colaboraram comigo. Minha juventude é um todo que eu penso com alguma nostalgia agora. Na verdade, como eu estou hoje na Japan Expo pelos 10 anos de Lost Canvas, isso significa que meu trabalho continua hoje em dia e que minha vinda aqui é de fato parte dela.
A autora lança assim o segundo spin-off de Saint Seiya (depois de Saint Seiya Episode G) e começa sua colaboração com seu ídolo: Masami Kurumada!
Teshirogi: O mestre Kurumada é alguém que me deixou com muita liberdade quando eu trabalhei no Lost Canvas. Na verdade, eu recebi o trabalho de Lost Canvas através de sua recomendação pessoal. Ele impôs um pouco minha presença mostrando meu primeiro mangá (que eu tinha dado a ele durante uma sessão de autógrafos), exigindo “aqui, para este trabalho, será ela ou mais ninguém!”
E, de fato, foram os editores que foram mais difíceis comigo. Porém, basicamente, a ideia era me deixar a maior margem de manobra possível e me impuseram o roteiro, os personagens e suas características. Mas fora isso, eu poderia expressar-me livremente. Posteriormente, nem tudo aconteceu sempre bem, então eu tive que me recompor várias vezes, em certos elementos. E nesses momentos, eu poderia me dirigir à equipe editorial ou aos editores que enviavam minha mensagem ao mestre Kurumada. Ele retornava para mim quando tinha tempo suficiente ou às vezes ele apenas me convidou para comer ou sair para ver os jogos de luta livre, para desestressar um pouco, discutir um pouco de trabalho e ver como melhorar a série.
Quando Lost Canvas é adaptado em anime, a equipe de produção e a autora decidem adicionar cenas para enriquecer o universo.
Teshirogi: Ah, as cenas adicionais no anime! Na verdade, para o mangá, em torno do décimo primeiro volume, houve uma mudança na equipe que estava desenhando o mangá, e é verdade que geralmente todos concordamos que faltava um pouco de algo em torno do décimo primeiro volume. E talvez algumas das cenas que adicionamos ao anime sejam precisamente cenas que gostaríamos de ver naquela época. Depois, há referências constantes entre o desenho animado e o mangá. Uma cena foi adicionada quando Hakurei decidiu ir para o castelo de Hades e Sion intervém para dissuadi-lo. Não havia essa cena no mangá, mas no roteiro, era mais lógico que Sion se juntasse ao seu mestre para ajudá-lo. A impressão de que as referências entre a série animada e o mangá foram completadas. E adicionamos os elementos que faltavam para que houvesse uma harmonia entre as duas trajetórias. Eu acho que foi melhor, assim o mangá e o anime respondem um ao outro.
Com o sucesso da série, a autora começa The Lost Canvas Gaiden, uma série que reconta a vida dos Cavaleiros de Ouro.
Teshirogi: Como o anime do Lost Canvas havia completado o mundo de Saint Seya, não poderíamos procurar por desenvolvimentos para fazer histórias mais ricas. É por isso que nos concentramos em cada personagem (por exemplo, sobre aqueles que morreram) apenas para dar a eles uma ressonância adicional. E é por isso que, para fazer este trabalho, eu procurei por divindades e culturas estrangeiras, ou seja, todos os elementos de culturas estrangeiras que me teriam permitido criar obras interessantes.
TRADUÇÃO:
Allan “Nicol”
Fontes:
Vídeo postado no Canal La Chaîne Mangas.
Agradecimentos:
Laïd Seghir, que gentilmente transcreveu o áudio que possibilitou esta tradução.
Comentários