REFERÊNCIAS REAIS DE SAINT SEIYA

Artefatos e Esculturas

 

A coleção aqui apresentada possui inúmeras fontes de referência, as quais podem ser verificadas ao final da página. Muitas delas já vínhamos coletando e descobrindo aqui e ali ao longo do tempo. Todavia, três grandes coleções praticamente puseram fim ao nosso grande passatempo de ir juntando essas informações. A do site “Le Scribe du Sanctuaire” (francês) e as derivada do mesmo do site: “I Cavalieri dello Zodiaco” (italiano) e do “La Guia de Saint Seiya” (espanhol). Pois eis então a nossa versão em português, organizada de modo diferente e ao visto, por enquanto, com acréscimos – logo eles atualizam com nossas contribuições também.

 

Máscara Xamânica

Fonte da Imagem: Mairon. A figura central trata-se de uma máscara de rito xamânico para cura de doenças diversas. Todavia existem outras de aspecto semelhante para diferentes finalidades em muitos tipos de culturas, como o xamanismo do Himalaia, da Polinésia, dos Altais e das Américas. Como somente me foi apresentada a imagem (e mesmo a custo de muita pesquisa nada de muito relevante encontrei) não é possível maior explanação. Em Saint Seiya, como diz o Hipermito, a máscara é um selo que impede que os Cavaleiros Negros deixem a Ilha da Rainha da Morte – somente destruindo-a é que o selo é rompido.

Elmo de Ares

A imagem a esquerda é um fanart de Trident, todavia, fiel ao original. O Elmo usado por Saga enquanto mestre do Santuário parece clara alusão ao Deus Ares (Marte), principalmente se comparada com a figura animal que aparece em cima da escultura central. Única diferença sãos as asas presente no animê.

Máscara do Minotauro

Esta máscara que aparece no volume quinto do Episódio G se encontra, como é dito no mangá, Museu Arqueológico de Heraclion (Iraklion). Foi encontrada no Palácio de Knossos e data mais ou menos dos séculos 17-15 antes de cristo, sendo feito de madeira, rocha cristal e jaspe. Recentemente restaurada. No mangá ela é o receptáculo ou selo que prende o Minotauro mítico. Somente quando fora partida ele se libertou e entrou em confronto com Aiolia.

Rosário Aksamala

Este rosário é o símbolo do eterno ciclo. Na tradição Hindu era consagrado a Brahma, Shiva, Ganesh e Sarawasti. Na concepção Budista era símbolo de Prajanparmita, Chunda e Vasundhara. Seu número de contas, 108, representava a junção do número divino, 36, com o número terreno, 72 (mais detalhes sobre numerologia presente consulte nossa matéria específica).

Estátua de Kwannon Bodhisattva (Kannon Bosatsu)

Fonte da Imagem: Dayton. Esta é uma estátua da deusa da misericórdia Kannon, datada do século XVII e que se encontra na Mongólia sob o nome chinês Kuan-yin. Na verdade trata-se de um santo budista (Avalokitesvara) que fora sincretizado pelas tradições sino-nipônicas. O nome já aguça a possível ligação que pode haver entre esta divindade e o nome de Canon, que veste o traje de Gêmeos na Saga de Hades.

Todo modo preciso deixar claro que o nome original de Canon em katakana (Kanon/カノン – que significa canônico, cânon, etc) nada possui em comum com o nome da deusa em japonês, em kanji (観音). Mera confusão fonética, não passando assim de simples trocadilho, sim proposital – visto toda trajetória do personagem no anime, alvo de misericórdia de Atena. Contudo, obviamente, a representação desta deusa no contexto do personagem Saga ganha relevância no aspecto das três faces (divina, demoníaca e humana; o bem, o mal, e o homem – ao centro).

Disco Solar Horbehutet

Fonte da Imagem: Dayton. Horbehutet é um símbolo dos antigos egípcios em forma de disco alado. Ilustra a divindade solar de mesmo nome que acompanha o deus Rá em sua diária travessia sobre o Egito. Guardião, o símbolo era encontrado em portões e entradas de templos a fim de protegê-los de malignas influências.

Também é representado com dois uraeus, um em cada lado do disco. Por vezes foi caracterizado com as coroas do Alto e do Baixo Egito, assim referindo-se as divindades do norte e do sul, Uazit e Nekhebt. Como deus, Horbehutet era consagrado e honrado em Edfu.

No anime e mangá, o disco solar aparece estampado no Muro das Lamentações, divisa entre o o mundo dos mortos do Hades e Campos Elíseos, aludindo à uma proteção divina contra a destruição. 

Estátua do Cão-Leão

Kara-Shishi, ou Koma-inu, são os nomes desta criatura mítica sino-coreana que guarda os portões de templos xintoístas e budistas consagrados aos Nio (protetores do Japão) Agyo e Ungyo (inclusive, Agyo é o mesmo que aparece atrás de Ikki em algumas cenas, confira nossa matéria sobre). E como seus ‘donos’, também são dois. Um de boca aberta, representa a vida, outro de boca fechada, representa a morte. Em sânscrito seus nomes (Ah e Un) formam a palavra máxima do hinduismo, AUM, ou mais conhecido como OM, a completude. Enfim, acho que é algo demais para um mero Cavaleiro de Bronze, ainda mais, tão mal aproveitado.

Fonte em Devon

Essa é uma estátua de uma fonte localizada em Devon, Inglaterra. Não se sabe o escultor e o nome da obra ao certo. A imagem não chega a ser plenamente idêntica a cena do mangá – a fonte se localiza à frente a Mansão Kido-, mas a semelhança é enorme.

“Perseus e a Cabeça de Medusa” de Cellini

Essa imagem de Perseu erguendo a cabeça decepada de medusa foi inspirada na escultura elaborada pelo artista Benvenuto Cellini. Atualmente se encontra no Loggia del Lanzi, na cidade de Florença, Itália.

David de Michelangelo

A estátua de David, de Michelangelo, atualmente exposta na Academia de Belas Artes de Florença, serviu de inspiração para duas cenas em Saint Seiya. Tanto para a “perfeição corporal” que Misty tanto se orgulhava, quanto para a “perfeição dos sentidos”, servindo de ilustração para a explicação do 8º Sentido.   

Efebo de Anticítera

Quando Mu discorre sobre o 7º Sentido, explicando aos Cavaleiros de Bronze, a figura usada como base de ilustração é o Efebo de Anticítera, escultura datada de 340 a.C e que se encontra atualmente no Museu de Arqueologia de Atenas. Representa, provavelmente, o herói Perseu. Também é o símbolo grego da perfeição corporal.

Fonte Cabeça de Leão

As fontes que jorravam água dentro do Pilar Principal de Poseidon são similares a inúmeros tipos de fonte leonina. Esse é somente um exemplo.  

Leônidas de Termópilas

A estátua que se ergue acima de colunas ao lado do Templo de Poseidon é reflexo de uma estátua similar que se encontra em Termópilas, local da famosa batalha onde o herói espartano, junto a 300 homens, combaterem Xerxes, da Pérsia. 

Leão de Anfípolis

No lado de trás do Templo de Poseidon e a frente do Pilar Principal se postam dois leões, um de cada lado do portão. Eles são muito similares a estátua do Leão da cidade de Anfípolis, na Grécia. Fora esculpido em honra de Laomedonte, governador da Síria e amigo pessoal de Alexandre, o Grande. Também é muito semelhante ao Leão da Queronéia

Esfinge de Naxos

As esfinges que se postam à frente do Templo de Poseidon foram criadas sob a imagem da grandiosa Esfinge de Naxos, datada de 570 a.C. Atualmente se encontra no Museu de Delfos.  

Esfinge de Corinto

No Templo do Julgamento, onde Rune enfrentou os Cavaleiros de Bronze, sobre uma mesa se encontravam duas esfinges provavelmente confeccionadas sob o olhar da famosa Esfinge de Corinto, uma estátua de mármore que atualmente se encontra no Museu da mesma cidade.

Cabeça de Hipnos

Peça de Bronze, de 23 centímetros, datada do quarto século, atualmente em Londres (Museum of Classical Archaeology), mas proveniente de Perugia, na Itália, e feita por Scopas, escultor Grego. O fato de haverem dois desenhos semelhantes a este no Muro das Lamentações ilustra bem o que vem a seguir, não?

Fonte do Dragão

No anime, dentro do Pilar Principal de Poseidon existe uma fonte em forma de cabeça de dragão – diferentemente do mangá, onde é de leão. Parece inspirada na fonte que se encontra no Templo Higashi Hongan, em Kyoto. 

Buda Ajanta

Esta estátua de três metros se encontra, junta de diversas outras menores, em um complexo de templos esculpidos em cavernas, especificamente duas, na região de Ajanta, em Maharashta – Índia. São aproximadamente do segundo século depois de Cristo. Ela representa o toque do Nirvana, o ápice e seu encontro. Em outras palavras, a morte de Buda, por isto sua relação com as Twin Sal e a cena de Saint Seiya da morte de Shaka. 

Buda Kamakura

A grande estátua de bronze do Buda Amida está localizada nos jardins do Templo Kotokuin, medindo 13, 35 metros de altura, sendo a segunda maior estátua de Buda no Japão (a maior fica em Nara, no templo Todaiji) e foi erguida em 1252. Em Saint Seiya ela ilustra os Espectros na palma de sua mão. Na realidade faz alusão ao mito do Rei Macaco. Sim, a lenda de Goku, que mesmo orgulhoso de seus poderes, caiu nas mãos do iluminado.

Buda Lahore

Ou o Buda Fatigado. Esta estátua, um tanto quanto fora dos padrões de uma imagem de Buda, se encontra no Museu de Lahore, no Paquistão. Data do primeiro ao terceiro século depois de Cristo, ou seja, época da Civilização de Gandhara. Representa o ascetismo de Siddharta, que treinou a mente por seis anos, em austera concentração, até que, aos 35 anos, enfim alcançara a luz e tornara-se um Buda. O que pode representar esta estátua em Saint Seiya, na cena em que Shiryu derrota Krishna, eu ainda não sei. Poderia conjeturar que, enfim derrotado, o marina percebera a verdade, ou encontrara a luz com a morte. No anime ganha um estilo ainda mais cadavérico.

Budas Bamyan

Os Budas de Bamyan eram, atenção ao verbo, eram duas monumentais estátuas esculpidas nos penhascos de Bamyan, no centro do Afeganistão. Datavam aproximadamente do quinto ou sexto século e foram construídas no estilo greco-budista, com respectivamente, 53 e 38 metros de altura. *Lembro-vos que a Bactria, território conquistado por Alexandre, o Grande, hoje são terras do Afeganistão. Pois bem, em 2001 o Taliban as destruiu. Desde então a UNESCO, o Japão e a Suíça vem tentando reformá-las. 

Fudomiyo (Akalanata)

No oitavo OVA de Hades, surgem ao fundo do cosmo de Shaka duas figuras, uma é Buda (normal), outra é esse senhor ai, chamado Fudomiyo, em japonês, Akalanata, em sânscrito. Ele representa uma contraparte de Buda – sua versão colérica, em fúria, implacável. Simboliza no anime então que Shaka não teria dó nem piedade dos Espectros de Hades. A estátua original é datada do período Heian (794-1185) e atualmente é exibida no Museu Rietberg, em Zurique, Suíca. Uma foto que retrata a versão intacta (com a corda na mão esquerda) da estátua é essa da Estátua do Monte Koya

Agyo de Todaiji

Esta estátua de Agyo (Misshaku Kongo, mais detalhes nesta matéria: “O deus por detrás de Ikki“) é uma das duas Kongo Rikishi, construídas no período Kamakura por volta do século XIII e talhadas por Unkei e Kaikei com altura aproximada de 8 metros em pura madeira. O monumento se posta na entrada do templo Todaiji na cidade de Kyoto, mas precisamente em seu portão sul.

Agyo de Sugimoto Dera

Esta estátua de Agyo se encontra no templo de Sugimoto Dera, na cidade de Kamakura e ‘protege’ o tesouro principal do templo, uma estátua da deusa da misericórdia do budismo japonês, Kwannon, que data do nono século depois de Cristo.

Agyo de Sanjusangendo

No mangá sua única aparição parece retratar a estátua do templo Sanjusangendo, da cidade de Kyoto que foi confeccionada no século XII, também elaborada em madeira medindo cerca de 1,80 m.

Sarcófago de Tuthankhamon

 Não sei o que ela faz em Saint Seiya, mas enfim, vamos lá: Muitas lendas percorrem este jovem Faraó (ahn, é, morreu cedo), até mesmo que teria sido filho de Moisés (Laurence Gardner, em Linhagem do Santo Graal). Seu sarcófago foi descoberto em 1922 e ainda permanece, sob olhar constante dos visitantes, no Vale dos Reis, no Egito. Vale dizer que seu primeiro nome era Tuthankhaton (imagem viva de Aton, deus único, ao passo que Amon, é o antigo deus soberano do sol, confundido e mesclado com Rá, Amon-Rá).

Vitória da Samotrácia

Essa cena especificamente, do volume 21 nacional (pg. 28) foi retratada especialmente da Estátua de Nice da Samotrácia, atualmente exposta no Museu do Louvre, em Paris. Fora confeccionada 200 anos a.C como comemoração da vitória dos Gregos, naquele lugar, sobre Rodes. 

Atena Melancólica

Este relevo originalmente se encontrava no Partenon e hoje figura no Museu da Acrópole. Data de 470 a.C. e foi esculpida em mármore. É conhecida como “A Atena Melancólica”, pois retrata a deusa lendo o nome dos atenienses mortos na guerra contra os persas. Em Saint Seiya o alto relevo aparece na Sala do Grande Mestre (no mangá) quando da decisão de Shaka sobre o arayashiki (anime e mangá).

Atena Varvaceion

A Estátua de Atena criselefantina (chryselephantine, ou seja, de ouro e marfim) original, também conhecida como Paládio, fora construída por Fídias em 483 a.C., medindo aproximadamente de 9 a 11 metros de altura, contudo não ‘sobreviveu’ até nossos dias. O que nos prova sua existência passada, além dos relatos, são as inúmeras cópias de mármore em miniatura do monumento, estas sim expostas até hoje em nossos museus, tal como a da ilustração central que se encontra no Museu Nacional de Atenas. Este fato talvez tenha também inspirado Kurumada a transformar a grande estátua em uma pequena armadura portátil.

Na mão direita leva a deusa da vitória Nice em oferta aos atenienses. À esquerda o Escudo Égide, fincado sobre uma serpente, para a proteção daquele povo. Atrás, junto a suas costas e seu ombro esquerdo, trazia sua lança. O peitoral é adornado com serpentes e a cabeça da medusa. Seu elmo apresenta dois pégasos de cada lado (que coisa!) além de uma esfinge ao centro. Por fim, trajava um típico ‘peplos’ da Ática.

Se encontrava um pouco ao sul da Cella, no Altar de Atena (ver mapas míticos do site) e era cercada por um corredor de colunas em estilo dórico. Sobre todo o chão da Cella mantinham um espelho d’água ou óleo, uma espécie de piscina rasa, de modo que a estátua refletisse ainda mais o brilho do sol.

Não sei como não constava como uma das sete maravilhas do mundo antigo (talvez por que a Estátua de Zeus, do mesmo calibre, já ocupava o quinhão grego desta distribuição).

Garuda Nepalesa

Repare nos chifres que essa garuda, ao centro, leva à cabeça. Fora isso, veja também uma espécie de círculo acima desses chifres. É a uma representação da concepção oriental do 3º olho (que possui relações com o chakra daquela região, etc…). Percebam também que a versão kurumadiana apresenta três olhos. Enfim, esse desenho é de origem nepalesa (de tradições budistas, Garuḷa) – e sabemos que Aiakos, curiosamente, também é do Nepal.

Outros povos budistas também adaptaram a figura e o próprio nome da Garuda em suas lendas, como a Karura no Japão, Khangard na Mongólia, Ga-lon na Birmânia e o já citado Khrud na Tailândia. Por isso creio que a acepção correta da origem da Garuda de Saint Seiya seja a nepalesa.

Por fim, a imagem à esquerda (cuja origem me é desconhecida) é ainda mais semelhante, pois possui um rosto com feições de ave, chifres, o terceiro olho e as pernas arqueadas tal como a figura do mangá.

Zochoten

A base de criação para o Crisaor – grego, curiosamente, é de origem hindu, mais precisamente é Zochoten, um dos quatro reis celestes do budismo, sendo o guardião da entrada sul do Monte Meru. Essa estátua se encontra no templo de Todaiji, em Nara, no Japão e data do oitavo século. A única relação que se sabe entre o personagem grego e o hindu, de fato, é sua lança, ambas de ouro. *A imagem a esquerda é um fanart de Trident.

Sarcófago de Damas

Fonte: Le Scribe du Sanctuaire. A cena surge no mangá justamente abaixo da cena da “Atena Melancólica” (vide página anterior). O alto relevo representa um combate da Ilíada. O sarcófago atualmente se encontra no Museu Nacional de Damas, na Síria. 

Obelisco da Vitória

A estatua situada ao cume do Templo de Judeca foi inspirada na Estátua de Nice do Obelisco da Vitória (Siegessäule) situada na praça Tiergaten, em Berlin. Foi construída em 1873 sob projeto de Friederich Drake como marco a vitória dos prussianos sobre os dinamarqueses (na guerra prusso-danesa chamada Segunda Guerra de Schleswig, ocorrida em 1864). 

 

 

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