Olá, amigos!
Tenho lido em sites do mundo inteiro e em alguns fóruns sobre as reações em torno do anúncio de Saint Seiya Omega. Aqui mesmo, dois leitores postaram sobre isso, um manifestou um certo descontentamento com Omega, o que eu pude constatar em outros lugares também. O outro perguntava justamente sobre a repercussão do anúncio no Japão e se isso seria uma nova era de ouro para Saint Seiya.
Bom, não vejo essa nova série como algo problemático como os mais pessimistas e críticos de plantão já antecipam. A existência dela não impede que demais projetos existam. A continuação do anime do LC e possíveis outras animações sobre Saint Seiya não se tornaram inviáveis. Particularmente, só não me agradava a ideia de um remake do anime clássico. Uma mera versão ao estilo “Dragon Ball Kai” não seria possível, ou seja, remasterizar e redublar o anime sem todas as vozes originais e cortando cenas e personagens tão entrelaçados à história original que seria algo inviável. Particularmente, não curto remakes, ver certas cenas redesenhadas com belos traços ou até novos ângulos me agrada, mas refazer tudo e propor que se esqueça o que já foi feito e que ganhou notoriedade e construiu boa parte da fama da obra é algo que não me agrada. Todos os jogos, audio dramas e recentemente o pachinko já fizeram muito bem o papel de mostrar “pseudo-remakes”, mas no final o animo clássico perdura e já basta sua existência paralela ao mangá original. Sob este aspecto, não me incomodou em nada o anúncio de Saint Seiya Omega.
Embora o traço novo da série me lembre bastante fanarts e até as ilustrações oficiais que empurram para os demais países que consomem os produtos de Saint Seiya, ainda assim acho mais próximo do original de Araki Production e mais agradável do que o traço do Episódio G e em outros aspectos ao do LC também.
Quanto ao suposto interesse em atingir o público de outros países, colocado como premissa deste projeto, é algo natural e também não me incomoda, especialmente se isso favorecer a vinda da série oficialmente para essas bandas ou mesmo ter acesso a blu-rays da série com legendas em inglês.
Quanto ao ar infantil da nova série, apesar de só termos uma imagem oficial até agora para julgar, mas ainda assim considerando a faixa de horário em que será exibido, é comum supor-se isso. Porém, considerando que Saint Seiya (clássico) começou com uma tendência infantil, o público-alvo era crianças e isso foi dito em várias entrevistas de pessoas do staff daquela época, então não vejo isso como problema. A popularidade entre crianças era grande e o fato da Bandai lançar tantos e tantos brinquedos, incluindo os famosos bonecos da Saint Cloth Series (antecessores dos Cloth Myth) demonstram essa tendência. A série foi ganhando contornos menos infantis aos poucos, mas ainda assim era um estilo próprio daquela época. Acredito que mesmo tendo um teor infantil no começo, pode evoluir como a série clássica.
Cabe ressaltar que sempre foi intenção de Kurumada renovar a série e conquistar novas gerações e novos mercados, dando mais 20 e tantos anos de vida para Saint Seiya. Desde 1991 se falava que Hades seria a ponte para uma nova era, o falecido Yoshifumi Hatano tinha apresentado o projeto chamado “Saint Seiya Gendai Shinwa” (“O mito atual de Saint Seiya”), onde se analisava o passado da série de TV e os planos de uma nova produção. Quando os OVAs surgiram nessa última década e com o filme Tenkai, Kurumada havia manifestado ainda mais suas intenções de levar a série a outro nível.
Quando o elenco original da série mudou na fase Meikai de Hades, Kurumada por meio de seu site expressou lamento por considerar que Furuya, a eterna voz de Seiya, poderia continuar no que ele vislumbrava para a série. Por isso, ainda paira no ar se Furuya voltaria a interpretar Seiya, bem como Keiko Han reviveria Saori. Ambos, juntamente com Shigeyasu Yamauchi apareceram novamente juntos para promover o lançamento do box de blu-rays dos 5 filmes do anime. Alguns dos atuais membros do staff de Omega trabalharam juntos com Yamauchi, se há uma sombra de dúvida sobre a participação de Furuya, dá até para sonhar em ter o diretor de volta nessa nova série, dirigindo alguns episódios como fez nos tempos da série clássica.
Enfim, Omega de um jeito ou outro já se tornou um marco em Saint Seiya, um grande divisor de águas. Se vai ser bom ou não, vai caber a cada fã julgar conforme seus gostos. Mesmo o mais crítico e exigente vai querer conferir essa nova série que, coincidência ou planejadamente, estreia exatamente no dia em que a série de TV acabou com o último episódio de Poseidon (01/04/1989).
Para finalizar, trago algo interessante. No tradicional fórum japonês 2ch surgiu um quadro correlativo de todas as obras de Saint Seiya, não é oficial e a autoria é desconhecida. Era algo que sempre desejei fazer e até tenho tentado por meio de artigos aqui. Porém, este quadro tem as impressões pessoais desse autor misterioso. Então traduzi aqui e deixo com vocês todo o universo Saint Seiya sob essa nova perspectiva. Vou comentando mais sobre Omega e minha opinião sobre o que está disposto nesse quadro numa próxima ocasião, até lá, pensem à respeito:
Pode parecer bobeira, mas depois de ler tanto pessimismo sobre esse Ômega, fiquei até feliz em ver uma opinião que acreditasse na série. Multiplique-se pelo fato de ser do Taizen, que eu levo muita fé. Só espero que não nos decepcionemos.
Oi, Nicol! Sou eu de novo! rsrs Sem dúvida um aspecto positivo para esta nova série será a perspectiva de angariar novos investimentos, dando uma força para a produção das estórias já existentes. O problema, em contrapartida, será a demora, já conhecida, para a produção destes, além da demora e da interferência para a confecção do Next Dimension, que é a continuação da série principal, e é a mais desejada pelos fãs.
Bom, em termos práticos, foi uma boa estratégia e talvez seja uma surpresa positiva( eu digo isso, porque você está muito otimista, e como disse o colega acima, aqui no Taizen agente confia! rsrsrs), mas pensando idealisticamente, o surgimento de uma nova geração, foi um postura errada, pois abriu um caminho de outro ainda não concluído.
Enfim, a distancia entre a realidade e uma situação ideal é sempre um abismo. Fazer o quê?
Abração.