Olá amigos!

Neste mês, foi publicado no Japão algumas páginas sobre o anime do “The Lost Canvas” na revista japonesa Animage. Dentre as belas imagens do anime, a publicação também trouxe uma entrevista com a autora do LC, Shiori Teshirogi. Confiram minha tradução somente dessa parte:

Entrevista
Autora (mangá) – Shiori Teshirogi

– Antes de mais nada, por favor, conte-nos o que passou pela sua mente no momento em que a animação foi decidida.

Teshirogi: Honestamente, não tive só a sensação de “estou supresa e alegre!”, por sentir uma pressão muito forte eu disse “parece bom demais para ser verdade…”, fiquei bem confusa por um momento…(suor). Mas, rapidinho eu recebi os esboços da criação, projeto do Myth (boneco), palavras do mestre (Masami) Kurumada e etc, gradualmente os sentimentos foram tomando a forma de coragem, dando-me confiança.

– Que impressões teve ao ver esse primeiro volume do anime?

Teshirogi: A primeira impressão é da alta qualidade afinal. Os díálogos e o fluxo da tela valorizam a obra original, é muito gratificante. Por outro lado, deu-se um novo frescor ao se adicionar coisas como uma discussão entre Yato e Tenma que não existia no original. O sr. (Yoshiyuki) Suga, que trabalhou com o “Seiya” do mestre Kurumada, está participando do roteiro. Foi ridiculamente empolgante quando vi o roteiro de Suga do primeiro episódio. O nome do orfanato ficou “Instituição Filhos das Estrelas” (igual ao orfanato de “Seiya”), achei adorável.

– Por favor, conte-nos quais os encantos e os pontos de destaque dos personagens.

Teshirogi: O Tenma, apesar de ser um personagem com muita energia, passa por situações dolorosas, mesmo assim ele é o mais perseverante dentre as crianças para mim, portanto, acho que deveriam prestar atenção na forma como ele cresce olhando para trás. O anime é influenciado pela voz do Kakihara também, eu acho que ficou tremendo, adorável e revigorado. Comparada com a Atena do mestre Kurumada, Sasha é uma grande criança com sua porção de menina comum. À primeira vista ela é uma criança frágil que carrega nos ombros o destino do mundo e a vida dos Cavaleiros, mesmo assim acho que sentirão a força e a efemeridade ao ver o passado da Atena. E, como a Sasha é minha criança predileta, de todo jeito ela é a típica garotinha bonita de anime… Alone, a criança com o coração mais bondoso do mundo, acho que devem prestar atenção como ele dolorosamente obtem o poder de um deus nada bondoso. Como no anime ele não passa de um garoto bonito, seu sofrimento surge com uma sensação terrivelmente boa. E minha recomendação é o Yato de Unicórnio. A briga com o Tenma, vocês não podem perder como isso vai ser.

– A forma como sua obra parece preencher as entrelinhas da versão Kurumada de “Seiya” e o lado de desenhar as caracteristicas relacionadas com os mesmos personagens são fascinantes.

Teshirogi: Acho que isso acontece em grande parte pela minha imaginação a partir dos momentos em que eu observava “Seiya” em tempo real. Como os personagens existem com todos os fãs de décadas, não achei que fosse bom colocá-los demais com minhas próprias ideias… Porém, no final, com meu senso de fã eu digo “eu queria que fosse assim, queria”, venho mostrando e contendo esta fachada, é desse jeito que tem sido.

– Qual o personagem você acha que é parecido com você mesma?

Teshirogi: Acho que o mais parecido é o Unity, que apareceu bem recentemente na obra original, ele é muito parecido mesmo, não tem outro mesmo (risos), em se tratando do jeito de ser eu pareço, com certeza, com Tenma e Yato, que são afobados.

– Quem é o seu personagem preferido no “Seiya” do sr. Kurumada?

Teshirogi: Uma escolha difícil, mas Seiya é o meu preferido! E o Hyoga e o Ikki! E então, ao desenhar os meus próprios personagens com suas constelações, eu frequentemente me encanto de novo. No momento em que eu acabo de desenhar, eu fico apaixonada pela maioria deles, por isso é bem doloroso às vezes. O personagens que mais se destaca por isso talvez seja o Hasgard [N.t.: ou Rasgado] de Touro.

– O que significa o “Seiya” do sr. Kurumada para você?

Teshirogi: Foi mesmo chocante desde quando eu o li. Quando eu estava no escola primária, eu não conseguia ver mais nada além dele, fico constrangida de relembrar isso agora. Afinal, era a ideologia do mestre Kurumada, acho que é como se fossemos atingidos por algo. O diálogo que mais me influenciou foi aquele que o Seiya fala com a Miho antes de começar sua jornada ao Santuário, “nós somos mais realizados do que aqueles que seguem uma moda criada por alguém” e “não importa sob qual estrela eu nasci, viverei com coragem” e é assim que penso, “ao desenhar um mangá, conseguirei alcançar este nível de sentimentos?”, pensando nisso, acho que foi tendo este motivo que procurei ser uma mangaka [n.t.: criadora de mangás] desde o começo. E “é valioso poder viver nesta era”, como diz o nome do Seiya, como um meteoro que cai queimando a juventude, quente, galante, honesto, ao mesmo tempo, com uma dolorosa sensação de efemeridade, ainda assim desejo isso, sua cauda continuará neste trabalho e dentro de mim… Não é? É o que penso.


– Para terminar, uma mensagem aos leitores.

Teshirogi: Sobre a obra original, acho que ela ainda será longa, eu cheguei até um ponto que se pode chamar de últimas forças. Nesse período, de alguma forma estou sendo impulsionada pelo anime, a energia deste trabalho me deixa realmente contente. Acho que não vou deixar de me esforçar para não ser vencida também. Por favor, valorizem o anime mesmo sendo um pouco diferente do “Seiya” do mestre Kurumada… Contudo, naturalmente, a energia e o direcionamento de “Seiya” permaneceram sem mudanças, ficou algo que deixará satisfeito tanto o fã novos quanto o antigo, acho que todos sentirão um pouco disso.

Agradecimentos ao Trevor pelos scans.

Editado: em uma das respostas de Shiori, há citações do mangá de Kurumada que o blogger cortou por ter interpretado como parte dos códigos html. Editei para consertá-los.