Matéria Desenvolvida por:
Michael Serra

Colaboração
:

Guilherme Coutinho

 

A FUNDAÇÃO DOS KIDO

Deixei como subtítulo a denominação utilizada mais comum do nome desta grande corporação internacional pois até hoje sua alcunha correta é motivo de dúvidas e especulações. Vocês já devem ter lido por aí Galard, Gallar, Graad, Graal, Glard…  O que importa, de fato, é que somente existe duas atribuições possíveis e corretas para esta tradução. No mangá, e em todas suas obras decorrentes, é grafado グラード (Guraado). Sendo assim, seria impossível transladá-lo como a maior parte dos nomes acima citados. (Apenas Graad e Glard estariam de acordo com a transcrição do katakana). Contudo o correto é Graad, pois nas obras de Saint Seiya em língua inglesa lançadas no Japão (ou seja, oficial) é escrito como Graad (Obras como o mangá Jump Remix). Isto diz tudo e define a questão.

Mas venho aqui tumultuar ainda mais… No anime, aparentemente, não é assim. Vejam esta cena:

 

 

Talvez seja erro de grafia da Toei (que já aconteceu antes, como na cena das 12 casas onde aparece escrito “Caricornus”, contudo, ainda assim, a diferença é grande (troca de uma letra, e acréscimo de outra no final). Bem, para deixar esta parte chata sobre a grafia de lado, que fique claro que somente são válidas duas formas de escrita: Graad ou Graude.

Sabemos que Mitsumasa Kido era um milionário playboy que viajava pelos quatro cantos do mundo apreciando as paisagens e as belas mulheres. Deixando quantias preciosas de gorjetas e também de filhos… (…). Pondo este fato de lado por agora, a situação mudou quando na Grécia veio a conhecer Aiolos. Talvez como arrependimento por sua irresponsabilidade, ou talvez por entender a trama do destino (mangá nº 13, página 8). Kido mobilizou seus recursos, e como estrategista brilhante, anteveio aos percalços do futuro criando uma fundação mundial que daria cobertura e apoio à pequena Saori, a Fundação Graad.

Corporação gigantesca, ao visto atuava em várias áreas: econômicas, políticas e científicas. (Uma Mitsubishi da vida…). Quando do ataque de Geist a um petroleiro. Saori utilizou-se até de um Satélite próprio da Fundação. Sua área de atuação realmente era muito vasta, semelhate hoje ao Greenpace (só que com muitos mais recursos, e ideais um tanto quanto diferentes). Mitsumasa Kido trabalhou até o fim de sua vida para erguer este Império tendo em vista a batalha que se sucederia entre os Cavaleiros. Com isto em mente não pensou duas vezes em utilizar-se de seus filhos (ou de orfãos, versão anime) como infantaria neste guerra. Espalhando pelo mundo 100 crianças em busca de treinamento no campo inimigo (bases do Santuário tomado por Saga) com esperança de que algumas fossem bem sucedidas e pudessem lutar por Atena no momento certo. 

Mas este estratagema era muito arriscado. Caso ligassem aquelas crianças à Armadura de Sagitário, ou ao homem misterioso que ter-se-ia encontrado com Aiolos (sorte, é que ninguém tinha conhecimento se isto ocorrera, ou se alguém realmente teria ajudado o “traidor” Aiolos) fatalmente seriam todas elas eliminadas… Temendo por isto, Kido espalhou ainda mais seu campo de atuação. Conhecendo aquele velho ditado: “Os inimigos de meu inimigo são meus amigos”, Mitsumasa tratou de procurá-los, e com certeza, somente encontrou um. Pre-supunho isto pelo que diz a Taizen e a Gigantomaquia: A Fundação Graad pesquisava os destroços das vestimentas sagradas no Cemitério das Armaduras em Jamir. Uma coisa leva a outra, e talvez a Fundação tenha mantido contato indireto com Mu… Não importando se se conheciam ou não, o fato é que Jamir estava na linha de atuação da Fundação Graad.

Outro aspecto que Kido também devia conhecer era sobre o que se passava na Ilha da Rainha da Morte, e os renegados que a vida inteira lutavam contra o Santuário, por ideais excusos ou pela falta de ideais, não importa. Os inimigos de seus inimigos poderiam mesmo vir a ser preciosos contra o Santuário… (mesmo que seja em combate, sem eles os Cavaleiros de Bronze dificilmente estariam aptos a enfrentarem Cavaleiros de Prata. Sem eles não haveria “upgrade”).

Aliás, Kido devia ter algum contato, ou conhecimento, sobre cada um dos 100 lugares (ops, nada garante que sejam 100 lugares de treinamento, aliás impossível, são somente 48 ou 52 Cavaleiros de Bronze), digo sobre cada paradeiro dos seus 100 orfãos ou filhos. Óbvio, se não, dificilmente os mandaria para seus destinos. (Ninguém manda alguém para algum lugar que não conhece, oras).

Nem mesmo agora que talvez conhecesse alguns inimigos de seu inimigo Kido se sentiu convicto que somente isto daria certo. Pesquisando justamente Jamir, como diz a Taizen, a Fundação Graad encontrou vestígios de Armaduras antigas, que foram destruídas em combates passados (mais precisamente na Guerra Santa de 1743). A Taizen não explica se estas armaduras (Buril, Taça e Altar) foram encontradas antes da Era Seiya (1986), ou depois do fim de Saga, quando Santuário e Fundação Graad passaram a agir juntos. Se levarmos em conta a Gigantomaquia e o personagem Nicol de Altar temos que considerar que sua armadura já estava ativa ainda em 1986. Ou seja, foi recuperada de Jamir algum tempo antes… justamente pela Fundação Graad, e só posta em combate após a morte de Saga, talvez sob reconstrução de Mu, ou Kiki. (A Gigantomaquia se passa antes da fase de Hades). Fica somente um brecha nesta história, o fato de que TALVEZ, na Side History II, Arles fosse Cavaleiro de Altar. Fica isto sub-ententido na história, contudo não é dito AO PÉ DA LETRA, palavra por palavra. Mas se Arles era Cavaleiro de Altar, como sua armadura foi parar no Cemitério de Jamir, como diz a Taizen?

Bem, ja vimos em outras matérias que anime e mangá são diferentes. Não existe Arles no mangá. Então, talvez, no anime, a Fundação Graad tenha encontrado outras armaduras (nada exclui permamentemente o fato que também tenham encontrado estas supracitadas).

Sendo assim, façamos uma pequena digressão. Digamos que na época das pesquisas em Jamir eles tenham (também) encontrado algumas Armaduras muito peculiares, e estes pesquisadores tenham levado isto ao conhecimento de Kido. Imaginemos que este fato tenha despertado em Mitsumasa o desejo de confeccionar algo semelhante. Afinal, não custava tentar. (Custar custava, mas dinheiro não era problema… haha).

O que quero dizer é que talvez, as Armaduras inspiradoras das Armaduras de Aço confeccionadas na Fundação Graad pelo Dr. Asamori fossem Armaduras de Atena, mais precisamente Armaduras de Bronze perdidas na última Guerra Santa. Talvez Vúlpecula (Raposa); Ave do Paraíso, Ave Indiana ou Tucano (Condor); Peixe Austral, Peixe Voador ou Peixe Dourado (Merlim).

São somente conjecturas, mas muito prováveis.

Agora, agindo em três grandes áreas. Kido devia sentir-se mais seguro. Mas era preciso mais. Mitsumasa tinha em suas mãos uma Armadura de Ouro, algo por deveras valioso e arriscado de manter em posse. Tratou então de mandar seus técnicos e mais técnicos maquiarem o traje sagrado a tal ponto de se parecer uma simples cópia ou algo falsificado. Neste ponto faço uma pausa para citar um comentário de um amigo, Guilherme Coutinho, que diz de forma melhor o que eu pretendia dizer:

-“Quanto a Kido ter contato com Mu, acho que mais um ponto que reforça isso é a Armadura de Sagitário estar totalmente modificada durante a Guerra Galáctica. Não acho que aquilo poderia ter sido feito por simples humanos, já que não se tratava apenas de acrescentar um enfeite aqui e pintar de outra cor, até as asas tinham sumido e reapareceram depois.” (Forum Monte Olimpo, 03/12/04, Valeu mano).

Mitsumasa Kido devia ser um homem realmente poderoso para conseguir montar tamanho plano mundial. Não é de se estranhar o fato de muitos crerem que Kido fosse a Reencarnação de Zeus. Aquela cena onde Saori visita o planetário deixa subentendido isto. Contudo no mangá o trecho em que Mitsumasa se questiona diretamente À DEUS põe o fato anterior em dúvida.

Como nada disto é provável, no sentido de se ter provas, não de impossibilidade, continuemos analisando a Fundação Graad…

Quando chegasse o momento certo, Saori, Atena, deveria mobilizar um grande torneio de proporções jamais vistas. Alarde e mídia era o que Kido mais queria, visto que pretendia chamar a atenção do Santuário, mais que isso, queria que Saga se expusesse. Que participasse das ações e que cometesse erros, subestimando todos os atos já pré-concebidos por Mitsumasa. Então dos 100 garotos enviados aos confins do mundo para árduo treinamento, somente 10 regressaram como jovens Cavaleiros. Como diz Saori no mangá, era o mínimo esperado por Kido.

Saga, ao ver, até então, 8 Cavaleiros de Bronze se degladiando por uma “suposta” Armadura de Ouro, resolve agir, ainda na surdina, sem muita exposição, mandando Hyoga averiguar os fatos e dar cabo dos “usurpadores”. Mal sabia Saga que Hyoga era um dos 100 orfãos e que o sangue falaria mais forte na hora H. Era com fatores semelhantes a este com que Kido contava.

Temos ainda que dizer que, talvez Saga, até este momento, agia “suavemente” devido ao fato de Sion (no anime) ainda não estar morto. Assim que veio a falecer, Saga-Arles teve mais liberdade para ação, imediatamente mandando Dócrates dar fim aos Cavaleiros de Bronze “rebeldes”. No mangá, isto não ocorreu, mas aconteceu sim outra “coincidência”. Saga confiara em Ikki como confiara em Hyoga para dar cabo dos demais. Talvez por influência de Shaka, que deve ter relatado ao Grande Mestre seu encontro com o Cavaleiro de Fênix. “Mal sabia Saga que Ikki era um dos 100 orfãos”…

A Fundação Graad tinha outro ponto a seu favor que o Santuário não tinha. A Fundação era algo assimilado pela cultura moderna. Era uma empresa normal, e todos os seus atos não precisavam ser esclarecidos ao povo leigo, (ao menos não precisavam de justificação, oras era um empresa, sua meta é lucros, deviam pensar haha). Já o Santuário era algo alheio a banalidade do mundo, devia manter-se recluso e distante dos olhos comuns. Assim, qualquer ação contra a BEM VISTA, quase amada, Fundação Graad seria algo por deveras complicador para o Santuário, que se não fosse cuidadoso poderia ter o mundo batendo em suas portas personificado em jornalistas “paparazzi”. Isto talvez explique o fato de Dócrates “FUGIR DA POLÍCIA” em um trecho do anime. Vemos na Saga G que o Santuário mantém muitas relações obscuras e sigilosas com o mundo cotidiano. O fato de um possível Cavaleiro surgir na mídia talvez atrapalhasse seus negócios “top-secrets”.

Vista desta maneira, a Fundação Graad era o Escudo de Atena, enquanto seus Cavaleiros de Bronze eram seu Cetro da Vitória.

(off – Se pensarmos que Hades foi o responsável pela manipulação de dois deuses, Ares e Poseidon, sobre Saga e Canon, talvez Kido realmente fosse a representação de Zeus, aliado à Atena nesta batalha divina de influências).

Trívia – Já viram aquele capítulo onde Hyoga aparece dirigindo um carro? Mas como? Ele não tem 14 anos? Como ele poderia dirigir? Estaria ele sem carta? Haha com certeza, mas talvez a resposta para isto é que ele estaria dirigindo em uma pista particular da Fundação Graad, não controlada pelo “Detran Nipônico”. Haha assim, Hyoga tinha autorização para dirigir…