No dia 7 de setembro, o Kurumada Production lançou um site oficial de Saint Seiya voltado para os fãs.

Entre notícias mais relevantes do universo Saint Seiya e informações gerais sobre a obra como um todo, o site trouxe um curioso quadro correlativo das produções de Saint Seiya. Partindo de um ponto de vista do mangá clássico original, as demais mangás e produções animadas são relacionadas e dispostas em diferentes “eras” da história geral de Saint Seiya.

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A história de Saint Seiya é disposta em “eras” girando em torno do tempo do mangá clássico, que se ancora no período em que Seiya e seus amigos vivenciam o protagonismo das batalhas, juntamente com o Next Dimension (ainda em curso na Weekly Shonen Champion). Sob essa perspectiva, temos o passado, ou “Era da Guerra Santa anterior”, a “Era atual” que traz o presente de Seiya e cia, e o distante futuro da “Nova Geração”, onde Omega se encontra. Entretanto, não há datas expressas com exatidão.

De início, vemos o The Lost Canvas e seu paralelismo direto com o Next Dimension, deixando claro que são histórias diferentes com as mesmas definições, ou seja os mesmos elementos. O que uma vez era chamado de “história multi-angle-dual”. Ambas contam histórias diferentes de um mesmo período, mas ambas se relacionam ao mangá clássico. O Next Dimension parte da premissa de ser a sequência dos fatos do clássico, enquanto o LC é simplesmente o passado de mais de 240 anos antes das aventuras de Seiya e cia.

O Episode G ocorre na “era atual” com o marco inicial do nascimento de Atena, ocorrendo alguns anos antes das aventuras de Seiya e os outros. Um ano após a batalha de Aiolia e os Cavaleiros de Ouro contra os Titãs, começa o Episode G Assassin com a Shura e Aiolia sendo enviados em missão ao Japão. O quadro não é preciso em informar o salto temporal que existe na história e os acontecimentos muito além da era onde é colocado.

Saintia Sho é uma história que se encaixa na era atual, ocorrendo paralelamente, ou seja, ao mesmo tempo, que fatos do mangá clássico. No texto original é chamado de “gaiden”. De fato, tem a intenção de ser um anexo ao mangá clássico. Em breve será animado (e aqui é apontado como formato OVA e anime no mesmo status da série de TV clássica).

O anime clássico, seus filmes, e o Lenda do Santuário (filme em CG) encaixam-se na era atual correspondente à do mangá clássico, e Soul of Gold é relacionado com o falecimento dos Cavaleiros de Ouro na saga de Hades, sendo uma aventura que se passa no decorrer do final da Guerra Santa “atual”.

O filme do “Prólogo do Céu” está relacionado à era atual, sendo um filme que se passa após a saga de Hades, como já é sabido. Apesar da existência do Next Dimension, sua existência não é negada e até há uma relação com o mesmo, lançando-se a incógnita de ser “o prólogo de uma nova batalha”. Ainda assim, o filme aborda o ainda nebuloso marco de “depois da Guerra Santa”, onde os fãs esperam o embate contra os deuses do Olimpo numa famigerada “Saga do Céu”.

Décadas após os acontecimentos do mangá clássico, na era batizada de “Nova Geração”, aparece sozinha a animação de Saint Seiya Omega. Enquanto as períodos de tempo anteriores eram as “era de Tenma de Pégaso” e a “era de Seiya de Pégaso”, esta é a “era de Koga de Pégaso”, que se passa mais de 10 anos depois do fim da “era atual” de Seiya e seus amigos. Sabe-se, pelos materiais oficiais do Omega, que os produtores conversaram com Kurumada no período de concepção da série e tinha o ND em mente.

O quadro é muito interessante por tentar listar as séries conforme o período temporal em que se encaixariam, sem entrar em detalhes das conexões diretas dos fatos narrados em cada trama, mas ressaltando o valor de todas as obras.

O que ficou de fora…

O quadro não é tão detalhado, deixando de fora várias histórias e elementos que complementam as outras obras, seja mangá ou anime.

Um exemplo é a novela Gigantomachia, publicada em 2 volumes pela Shueisha, ou mesmo o mangá inacabado de Saint Seiya Omega (finalizou com a revista Kero Kero Ace onde saía, e rendeu só 1 volume) que se propunha a adaptar o anime para o universo do mangá.

Outro quadrinho japonês que ficou de fora foi a obra Kurumada Suikoden Hero of Heroes, que faz uma homenagem às obras de Kurumada realizando um grande crossover com todos os personagens, mas que traz Saint Seiya em destaque como mola propulsora da história. No momento, este mangá de Yun Koga encontra-se em hiato, sem prazo definido para retornar.

Nas comemorações dos 30 anos de Saint Seiya, a Akita Shoten reuniu os mangaka Okada, Teshirogi, Koga e Kuori para criar a curta história “Saint Seiya Golden Age”, que também não foi mencionada nesse diagrama.

Estes são só alguns dos exemplos de obras que não foram especificamente mencionadas, embora isso não quer dizer necessariamente que sejam desconsideradas. Os enredos dos games e musicais também não foram lembrados, apesar de não serem muito diferentes do filme “Legend of Sanctuary”, que propõem seus próprios universos.

As recentes produções, o filme live action e o anime da Netflix, também não estão listadas. Talvez por ainda não terem sido devidamente apresentadas ao público até o momento, embora também tenham seus próprios universos. Pelo menos a animação em CG da Netflix também foi pensada dentro da espinha dorsal de tempo apresentada aqui.

Em um outro artigo, esmiuçaremos mais sobre este tema que parece ainda longe de se esgotar.