Muitas referências mundo a fora já perceberam certa origem do modelo da Surplice montada de Garuda. Ela lembra muito alguns desenhos tradicionais da ave híbrida mitológica, como este ao lado. Todavia, esse especificamente se trata de Phya Khrut, ou seja a Garuda Real, simbolo da realeza da Tailândia (como dizem, sua “cota de armas”) desde o início da Dinastia Chakri, em 1782. Repare que ele possui é uma espécie de coroa na cabeça. E como verão a seguir, diferente do que desejamos.
Outros desenhos e simbolos de garuda, de origem hindu, são muito diferentes no modelo usado em Saint Seiya (como você pode conferir
aqui). Porém encontramos um com traços muito similares ao usado por Aiakos:
Repare nos chifres que essa garuda leva à cabeça. Fora isso, veja também uma espécie de círculo acima desses chifres. É a uma representação da concepção oriental do 3º olho (que possui relações com o chakra daquela região, etc…). Percebam também que a versão kurumadiana apresenta três olhos. Enfim, esse desenho é de
origem nepalesa (de tradições budistas,
Garuḷa) – e sabemos que Aiakos, curiosamente, também é do Nepal.
Outros povos budistas também adaptaram a figura e o próprio nome da Garuda em suas lendas, como a Karura no Japão, Khangard na Mongólia, Ga-lon na Birmânia e o já citado Khrud na Tailândia. Por isso creio que a acepção correta da origem da Garuda de Saint Seiya seja a nepalesa.
Por fim, essa imagem (cuja origem me é desconhecida) é ainda mais semelhante, pois possui um rosto com feições de ave, chifres, o terceiro olho e as pernas arqueadas tal como a figura do mangá:
Nossa, eu não tinha visto esse texto aqui no Taizen, Michael!
Há muito tempo que eu procurava as referências para a Sobrepeliz de Garuda, bem como a relação entre Aiacos e o Nepal (eu sabia que tinha a ver com Garuda, mas eu não encontrei fontes que atestassem essa relação, como você fez).
Posso pedir a sua permissão para incluir essas informações em minhas pesquisas sobre as referências culturais de CdZ, a serem postadas em breve aqui mesmo no Taizen (com a devida indicação, claro)?
Um abraço.
Fabinho.