Há algum tempo, comentei sobre a despedida do mangá do Episode G no Japão. No entanto, hoje, o autor Megumu Okada anunciou o retorno de sua obra para abril de 2014. Embora antes disso, veremos um capítulo extra das aventuras de Aiolia na edição especial da Champion Red que momorará o aniversário de 40 anos da carreira de Masami Kurumada.

A seguir, trago a tradução que fiz de um breve relato de Okada, em seu twitter oficial, sobre o momento em que surgiu o convite de retomar a obra (cujo final até ficou bem inconclusivo).

epg_2014

O mestre Masami Kurumada celebrou seu 40 anos de carreira. É algo realmente fantástico. Continuar escrevendo fervorosos shonen mangás durante um longo período de 40 anos é algo inacreditável. Sempre quando eu o encontro, sou esmagado por sua tremenda aura. Mas o mestre sempre me recebe gentilmente. Ele sempre dá um forte aperto de mão, mesmo para um insignificante mangaka como eu.

Eu dificilmente vou à festas e etc. Por isso não tinha como encontrar com o mestre Kurumada naquele determinado lugar. Então, falando sobre algum tipo de reunião, o mestre Kurumada pediu que eu o acompanhasse nessa tal reunião. Eu tinha acabado de chegar. Era uma comemoração de conclusão dos 10 anos do Episode G. Apesar de na realidade ser uma ocasião de parabenizá-lo por seus 40 anos de carreira.

Recebi um saquê embrulhado num papel colorido autografado por ele de presente na festa. Um tesouro para a vida toda. O saquẽ estava tão enfeitado que eu não tive coragem de beber. Como era uma festa particular, havia poucas pessoas, e eu sentei na frente do mestre. Recebi um aperto de mão do mestre Kurumada acompanhado de um brinde pelos presentes. Ele dizia “Muito obrigado pelos 10 anos, obrigado mesmo”. Foi um momento recompensador. Muito emocionante.

Fiquei olhando em choque para a mão direito do mestre. Naquele exato momento eu percebi que havia me tornado um mangaka igual. Seus dedos tinham um formato incomum. Eram dedos que lutaram por 40 anos. Recebi o aperto de mão firmemente, mas cuidei para não tocar seus dedos. O mestre, naquele momento, olhou para mim diretamente com um rosto sorridente e me disse “Acho que foi mesmo difícil, mas você desenhou bem, obrigado”.

E por isso eu agradeço. Por conceder-me personagens tão importantes do mestre. Por ter me permitido desenhar livremente a além disso por ter recebido várias ideias. Em primeiro lugar, sem falsidade, eu falei ter adorado de todo coração terem me deixado desenhar. Foi graças ao apoio emocional do mestre Kurumada que eu fui capaz de desenhar o Episode G.

A reunião continuo tranquila e agradável. Com conversas secretas entre os homens. Foram momentos divertidos em que bebemos e rimos. Tive o privilégio de estarmos juntos por algumas horas. Conversei enquanto ria sobre as lembranças dos 10 anos do Episode G. Foram momentos felizes. Mas tudo tem um fim. Assim como o Episode G, essa agradável reunião chegaria ao fim. Esse momento chegou.

No final, deixaram que eu falasse. agradeci por ter me concedido personagens tão importantes. Por ter recebido apoio por todos esses longos 10 anos. Pelo incentivo que recebi no tempo em que a publicação foi suspensa. Só tinha a agradecer por tudo. Alguém como eu tinha de dizer obrigado. O mestre ouvia minha palavras e me observava diretamente, mas em silêncio. Eu apenas seguia agradecendo.

O mestre ouviu todas as minhas palavras. Estávamos no final da reunião. Significava que era o verdadeiro momento em que o Episode G terminaria. A meta que consegui alcançar junto com o mestre Kurumada. Eu estava feliz por ter me envolvido com Saint Seiya. Por causa dele eu me tornei um mangaka admirado pelo mestre. Novamente o mestre falou estendendo sua mão direita.

“Com relação à Seiya, o Okada-kun foi o batedor principal (top batter). Deve ter tido muitas dificuldades. Eu entendo bem. Deve ter tido uma tremenda pressão. Foi deseperador até ganhar compreensão. Obrigado de verdade, mas, Okada-kun, seu te pedir para desenhar de novo o Episode G de novo, você desenharia?”, depois disso os dedos do mestre se curvaram.

Enquanto eu cuidava para não tocar os dedos do mestre mais uma vez, dei-lhe a mão e respodi de uma vez só…

“Com prazer”.